O que é o colo do útero?
O colo do útero é a parte inferior do útero, que liga o corpo do útero à vagina. O colo do útero passa por diversas alterações ao longo da vida da mulher (puberdade, parto, menopausa). A região onde a parte externa do colo do útero (exocolo do útero) encontra a parte interna (endocolo do útero), é muito sensível. É nesta região que começa a maior parte dos cancros do colo do útero.4
Qual a causa do cancro do colo do útero?
Ao contrário de muitos outros cancros, a principal causa do cancro do colo do útero não é hereditária.
De facto, a causa desta forma de cancro é sempre um vírus.5, 6 Este vírus é o chamado Papilomavírus Humano que consegue transformar as células do colo uterino, provocando lesões, que em alguns casos progridem para lesões cancerosas7.
Existem vários tipos de Papilomavírus Humano. A maioria são inofensivos, mas outros podem ser bastante perigosos para a saúde humana, como os que estão na origem do cancro do colo do útero. 8
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Que relação existe entre o Papilomavírus Humano e o cancro do colo do útero?
Quando uma mulher é infectada por determinados tipos de Papilomavírus Humano e o seu organismo não consegue combater a infecção, podem desenvolver-se células anómalas no epitélio do colo do útero. Se estas células anómalas não forem detectadas numa fase prematura, podem evoluir para cancro. Na maior parte dos casos, este processo demora vários anos,7 mas em alguns casos pode ocorrer mais rapidamente.9

Imagem: Evolução das alterações nas células do colo do útero
Qual a idade mais comum para a manifestação do cancro do colo do útero?
40% das mulheres com diagnóstico de cancro do colo do útero têm idades compreendidas entre os 35 e 54 anos.10 No entanto, muitas destas mulheres estiveram, provavelmente, expostas ao Papilomavírus Humano durante a sua adolescência e juventude (13-29 anos).11 1
O cancro do colo do útero é muito frequente?
Na Europa, o cancro do colo do útero sucede ao cancro da mama como a segunda causa de morte por cancro nas mulheres com idades entre os 15 e os 44 anos.3 Diariamente, quarenta mulheres morrem na Europa vítimas de cancro do colo do útero.2 Este número tem vindo a diminuir nos últimos anos, graças aos programas de prevenção, designadamente ao rastreio.13
Em Portugal, em 2002, foram diagnosticados 956 novos casos e 378 mulheres morreram vítimas de cancro do colo do útero.2
O Papilomavírus Humano é um vírus habitualmente silencioso, pelo que é possível que as mulheres não se apercebam de que estão infectadas. O Papilomavírus Humano é transmitido por contacto sexual, pelo que cerca de 75% das mulheres sexualmente activas se deparam com este vírus ao longo das suas vidas.15 16 17 Na maioria dos casos, o organismo consegue eliminar a infecção7. Contudo, a cada dia que passa morrem 40 mulheres na Europa vítimas de cancro do colo do útero.2
Quem pode sofrer deste tipo de cancro?
Qualquer mulher pode ser afectada.
Cerca de 75% da população sexualmente activa pode ser infectada pelo Papilomavírus Humano em algum momento das suas vidas.15, 16, 17 Embora 40% do total de mulheres a quem é diagnosticado cancro do colo do útero tenham entre 35 e 54 anos de idade,10 a maioria delas provavelmente esteve exposta ao vírus quando tinha entre 16 e 25 anos de idade11, 12, 13, 18. Isto porque o Papilomavírus Humano é transmitido por contacto genital19,
Como pode ser detectado o cancro do colo do útero?
Um método simples, designado por citologia, é a única forma de detecção do cancro do colo do útero. Também conhecido por teste de Papanicolau, este teste faz parte do exame ginecológico e ajuda a detectar a presença de células anómalas no epitélio do colo do útero, antes que estas tenham a oportunidade de evoluirem para cancro .
O que é que acontece se o resultado da minha citologia for anormal?
Se os resultados da citologia forem anormais, o seu médico poderá recomendar-lhe a realização de exames médicos adicionais:1
- Outra citologia-para confirmar a existência de células anómalas
- Uma colposcopia-para examinar eventuais anomalias do colo do útero
- Uma biópsia-para avaliar a presença de células pré-cancerosas
Se tiver um resultado anormal numa citologia, isso significa que poderá ter de agir de imediato. O melhor será falar com o seu médico e expor-lhe as suas preocupações e questões.
O cancro do colo do útero manifesta sintomas e/ou sinais?
Infelizmente, o cancro do colo do útero pode não apresentar quaisquer sintomas ou sinais até atingir uma fase avançada.
Os sintomas e sinais de cancro do colo do útero podem incluir:1
- Hemorragia vaginal anómala
- Dor durante as relações sexuais
- Corrimento vaginal anormal
- Dores pélvicas
Assim, se tiver algum destes sintomas ou sinais, é importante consultar rapidamente o seu médico. No entanto, estes podem estar também associados a outras causas.
Como é tratado o cancro do colo do útero?
A decisão quanto ao método de tratamento a adoptar é algo que o médico e a doente podem decidir em conjunto, com base em diversos factores:
- As dimensões do tumor e a forma como o mesmo se encontra disseminado, consoante o estadio em que se encontra
- A idade e o estado de saúde da mulher
- A preferência da doente
Não existe qualquer tratamento que elimine o vírus propriamente dito, pelo que só a remoção do tecido afectado pode de facto prevenir que as lesões do colo do útero degenerem em cancro invasivo do colo do útero.
No caso de existirem lesões pré-cancerosas ou cancerosas, sejam as zonas afectadas o colo do útero, a vulva ou a vagina (o cancro destas duas últimas regiões é mais raro do que o do colo do útero) o tecido com alterações tem de ser removido por intervenção cirúrgica. A opção terapêutica para uma doente depende amplamente da fase em que se encontra a doença. Na fase de cancro invasivo, o tratamento é sempre prolongado e difícil:1,22 cirurgia, quimioterapia e radioterapia. 23
A realização de citologias regulares permite determinar a eventual presença de células anómalas no colo uterino, antes que estas tenham oportunidade de se transformarem em células pré-cancerosas e em cancro do colo do útero.
O tratamento dos condilomas genitais consiste na remoção das lesões (através de cirurgia ou cauterização) e na administração de medicamentos apropriados.24 O tratamento da lesão, apesar de doloroso é eficaz a curto prazo25. Contudo a doença é frequentemente recorrente.25
Quais podem ser as consequências dos tratamentos?
As intervenções menos invasivas, como as que se destinam a remover as lesões pré-cancerosas, podem ser responsáveis por um parto prematuro.26
Do ponto de vista emocional, receber um resultado anormal de uma citologia pode ser devastador para uma mulher27.
A esterilidade é uma das consequências do tratamento quando este passa pela remoção do útero (histerectomia).
Tratamento e prevenção do cancro do colo do útero
Fale com o seu médico sobre o Papilomavírus Humano, sobre o cancro do colo do útero e sobre o rastreio (citologia). Se as anomalias forem detectadas prematuramente, é mais fácil evitar o desenvolvimento do cancro do colo do útero.
O rastreio é essencial para a detecção de células anómalas associadas ao Papilomavírus Humano. No entanto, o rastreio não protege contra estas alterações celulares. A associação entre o rastreio e a vacinação ajuda a maximizar a eficácia de qualquer programa de combate ao cancro do colo do útero.23
O cancro do colo do útero causado por uma infecção pelo Papilomavírus Humano é de origem viral, pelo que a vacinação pode ajudar a prevenir esta doença, assim como as lesões pré-cancerosas que a precedem. A vacinação permite fazer prevenção primária antes de chegar à fase de rastreio de lesões. O rastreio continua contudo a ser necessário, principalmente para a detecção do cancro do colo do útero não associado aos tipos cobertos pela vacina. 30
Um aspecto importante a reter é o facto de que a realização de citologias regulares poder ajudar a reduzir as hipóteses de desenvolver cancro do colo do útero.1 Este exame médico simples para a detecção de células anómalas no colo uterino permitiu a redução significativa do número de mortes por cancro do colo do útero em toda a Europa. De facto, as células anómalas e mesmo algumas formas de cancro do colo do útero, podem ser tratadas com êxito, se forem detectadas antes de conseguirem disseminar-se.
As alterações nas células do colo uterino provocadas pelo Papilomavírus Humano podem ser facilmente detectadas através da análise de uma amostra de células. É necessário efectuar esta colheita, porque as eventuais anomalias não têm, muitas vezes, quaisquer sintomas ou sinais numa fase precoce da doença.
A maioria das lesões regride naturalmente.7 No caso do médico detectar a presença de células anómalas, poderá optar por controlar o seu desenvolvimento natural, sem intervir. No entanto, se as lesões se agravarem, poderá ser necessária a sua remoção.
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