Musicoterapia
Saiba porque ouvir música lhe dá saúde. A influência é conhecida desde a Antiguidade e reconhecida na Idade Moderna
A influência da música no comportamento do Homem desde a Antiguidade é tema de reflexão.
Das teorias passa-se às experiências e eis que, chegados ao século XX, a classe médica faz nascer uma disciplina que faz uso do som com fins profilácticos e terapêuticos. O seu nome: musicoterapia! E é mais uma das terapias utilizadas nos Spa.
Aristóteles e Platão consideravam que a música provocava reacções nas pessoas e que determinada escala devia ser dada a ouvir a guerreiros, para que estes ficassem mais bravos...
Outros filósofos e pensadores atribuíram à música valores acrescentados, para além dos comuns de entretenimento ou de cariz religioso. Contudo, só a partir da segunda metade do século XX é que o estudo sistemático dos seus efeitos recebeu um tratamento científico.
Médicos, enfermeiros e restante pessoal hospitalar verificaram que algumas sessões musicais com veteranos de guerra eram benéficas, melhorando rapidamente traumas físicos e psíquicos. Não esquecer, contudo, que a nossa receptividade ao som ou às vibrações é-nos inata, basta pensar na questão das vivências acústicas do período intra-uterino.
A saber: por volta dos seis meses o feto é capaz de reagir a estímulos sonoros. Da Europa aos Estados Unidos, a música é utilizada com fins terapêuticos em hospitais, clínicas, centros de cuidados psiquiátricos ou em Spas.
O objectivo da Musicoterapia é, pois, promover um crescimento emocional, afectivo, relacional e social da pessoa, através da utilização de sons mas também de movimentos corporais como meio de comunicação e expressão. É, portanto, um todo que faz desta disciplina um bem a não descurar, a par de outro tipo de tratamentos prescritos pelo médico.
Em Portugal este universo ainda está por explorar. Ao que tudo indi¬ca, esta disciplina, que em breve se tornará numa ciência, ainda vai dar que falar. Até lá existem no país projectos que se aproximam dos objectivos que a disciplina contempla.
Projectos estes que se apoiam em suportes multimédia e que pretendem actuar em campos como o do relaxamento.
São usados com esse fim, por exemplo, pelas profissionais de estética. É comum encontrar no gabinete da esteticista uma suave melodia de fundo. Como tantos outros profissionais que actuam na área do bem-estar, a busca de meios que permitam chegar à relaxação é uma constante.
O vínculo entre os sons e o ser humano proporciona a base de trabalho para a Musicoterapia.
Uma parte importante do trabalho desta disciplina desenvolve-se no campo das enfermidades psíquicas, muitas das quais se caracterizam por retracção, inibições, repressão ou negação de sentimentos, ou dissociações dos mesmos, no campo da educação especial.
O objectivo da Musicoterapia é promover um crescimento emocional, afectivo, relacional e social da pessoa, através da utilização de sons, movimentos e expressão corporal como meio de comunicação e expressão. Na origem da música, do som, dispomos de um meio para chegar a esse objectivo, pois o "som é a fonte de toda a troca".
Um dos objectivos principais é reactivar os processos afectivos através de sons e estimular a catarse (prática psicanalítica que pretende a cura do paciente mediante a exteriorização por parte deste dos traumatismos recalcados, através da expressão verbal, do psicodrama) ou expressão dos mesmos através de canais motores e expressivos. Se isto é conseguido, ajuda-se a vivenciar, a perceber e integrar a sua realidade interna e a poder manobrá-la de uma forma mais adequada conforme as suas necessidades, desejos e metas na realidade externa.
A relação que existe entre as reacções emocionais e os estados orgânicos explica a estreita relação entre os sons e a medicina que se regista desde os primórdios da história do Homem. Um conceito amplo que integra a utilização de sons (inclusive as vivências acústicas do período intra-uterino), música e movimentos que têm a finalidade de produzir efeitos regressivos a fim de abrir canais de comunicação.
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