De acordo com o médico, uma pessoa sujeita a um programa deste género recupera a aptidão física e a actividade sexual – no primeiro caso em cerca de 15 anos, no segundo de 15 a 20 anos – melhorando ainda, e de forma considerável, a capacidade mental. Simultaneamente está-se a “prevenir ou corrigir a osteoporose – perda de massa óssea – e a sarcopenia – diminuição da massa muscular”, acautelando também as doenças que tendem a aparecer com o passar dos anos, tais como “as doenças cardiovasculares, os acidentes vasculares” – ou seja, os AVCs ou tromboses, como popularmente são conhecidos –, “a doença de Alzheimer e as demências senis”. Ou ainda a diabetes tipo 2, o que em alguns casos se fica a dever à obesidade, “a epidemia do século XXI”. Segundo o especialista em “antiaging”, é possível dizer se um paciente vai sofrer de diabetes tipo 2 com uma antecedência de cerca de 10 a 15 anos, através deste ramo da medicina. Mas tudo isto “é evitável e tratável” à luz desta nova ciência, assegura Luís Romariz, defendendo a ideia de “viver até morrer”.
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A escolha dos alimentos Luís Romariz juntou-se ao chefe Hélio Loureiro e os dois acabam de lançar o livro Cozinha Saudável Anti-envelhecimento. A obra compila um vasto leque de receitas para nos mantermos com saúde, jovens e aptos. |
Embora os mecanismos do envelhecimento sejam comuns, existem características e factores específicos que podem atrasar ou antes acelerar este processo. A genética e o ambiente têm aqui um papel muito importante mas, de acordo com Luís Romariz, é possível agir sobre a primeira, colocando-a a nosso favor. “A genética marca uma predisposição que pode ser contrariada pelo estilo de vida e pelos fármacos.” Já no que respeita ao ambiente, “é bem mais difícil alterá-lo”. A exposição ao fumo e ao Sol, às radiações e à radiação magnética dos electrodomésticos e das linhas eléctricas, a exposição alimentar a margarinas, soja e seus derivados e álcool, entre muitas outras coisas, são de facto nocivas, assegura o especialista.
“A idade biológica é o somatório das ‘idades’ das diferentes células dos órgãos”, explica a propósito, esclarecendo que a idade de um fumador ou ex-fumador, por exemplo, será sempre necessariamente maior que a sua idade cronológica. Num consumidor de álcool, será a sua idade hepática que será superior. No caso concreto do rosto, o que mais envelhece é “a radiação solar, fotoenvelhecimento”, pelo que, neste caso, “podem existir assincronias entre o aspecto e os órgãos”. Depois de um vasto conjunto de exames e análises, desde as mais comuns como o hemograma, por exemplo, às mais complexas com recurso à tecnologia de ponta, é possível estabelecer o estado de todos os órgãos, músculos e ossos humanos.
Alguns benefícios l Físicos: aumento da massa muscular, diminuição de gordura, melhoria do sistema imunitário, optimização da actividade sexual masculina e feminina l Mental: aumento do rendimento intelectual e da sensação de bem-estar, reduz e controla o stress l Celular: amplia a capacidade de reparação e revitalização das células, melhora os agentes que influenciam o envelhecimento, atenua a destruição celular l Previne doenças: os riscos de doenças cardiovasculares e de cancro diminuem com esta abordagem pró-activa |
Concluído o diagnóstico, é delineado um plano de intervenção, sempre personalizado, para prevenir doenças cuja predisposição é detectada através dos exames. E para contrariar o processo de envelhecimento, de forma a atingir o rejuvenescimento que propõe: até 15 anos.
A intervenção combina alimentos e bons hábitos alimentares, exercícios físicos e mentais, administração de nutracêuticos – minerais e vitaminas, oligoelementos e antioxidantes, e reposição hormonal quando necessária. “A sinergia entre a nutrição e o exercício físico sustentado e hormonalmente correcto, não o que se pratica dia-a-dia nos ginásios, e a modulação hormonal tem efeitos fabulosos na longevidade e no rejuvenescimento”, esclarece o especialista. Sempre que necessário, como médicos que são, os especialistas do Instituto do Porto estão aptos a prescrever fármacos para corrigir eventuais patologias que os doentes apresentem. O recurso à medicina antienvelhecimento “não tem contra--indicações absolutas, pode haver limitações parciais”, diz o médico, esclarecendo que já tiveram doentes que haviam tido cancro da próstata, o que, neste caso, “limita a possibilidade de fazer terapêutica de substituição hormonal masculina”.
De acordo com Luís Romariz, dois meses após o início da intervenção é possível perceber e notar uma perda de massa gorda (o número da roupa diminui) e nota-se uma clara melhoria do sono e na energia. Aos três meses “diminuem muitíssimo os níveis dos marcadores de risco de morte súbita” e aos seis “está resolvida a maior parte das disfunções sexuais”. Quanto ao rosto, “obviamente que o aspecto exterior melhora ficando a pele mais radiante, mas as rugas não terão uma alteração muito sensível”, explica, esclarecendo que mesmo o creme de antienvelhecimento (do Instituto) precisa de uma aplicação contínua de seis a 12 meses para fazer o seu efeito nas rugas. “Se há coisas que não prometemos são milagres”, esclarece, peremptório.
Os portugueses ainda não estão muito sensibilizados para este tipo de abordagem, mas o director do Instituto acredita que é fundamentalmente por desconhecimento. Falamos num ramo da medicina muito novo (Age Management Medicine), e o Instituto, pioneiro em Portugal, abriu ainda não há um ano. “As pessoas ainda não sabem muito bem o que é.” De qualquer forma, os clientes vão surgindo progressivamente – alguns subsistemas e seguros de saúde comparticipam os exames e algumas consultas da medicina antienvelhecimento – e, neste momento, a população feminina é de 55 por cento.
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